segunda-feira, maio 2

Resumo - O que é Semiótica

A semiótica é o estudo dos signos. Tem base na fenomenologia, que estuda os fenômenos, que são tudo aquilo que que aparece à mente, correspondendo a algo real ou não. Ela tem por tarefa categorizar, genericamente, esses fenômenos.  Peirce descobriu que tudo que aparece à consciência, assim o faz numa gradação de três propriedades, que, mais tarde, ele chama de 1) Primeiridade 2) Secundidade e 3) Terceiridade. Essas são as três formas de como um fenômeno, qualquer fenômeno, se apresenta à mente.
Peirce no começo duvidou se todos os fenômenos poderiam ser agrupados em 3 categorias, então ele testou em vários ramos diferentes, como na psicologia, biologia, e percebeu que a teoria dele era válida.



Em um nível mais geral:

A primeiridade corresponde ao acaso, original, irresponsável e livre.
É relacionado ao presente, ao imediato, ao sentimento, sensação, impressão. Uma possibilidade, espontaneidade, liberdade.
Consciência em primeiridade é qualidade de sentimento, é a primeira apreensão das coisas.

A secundidade à ação e reação dos fatos concretos, existentes e reais.
Agir, reagir, interagir e fazer.
É aquilo que dá a experiência o seu caráter factual, de luta e confronto. Ação e Reação ainda em nível de binariedade pura, sem o governo da camada mediadora da intencionalidade, razão ou lei

A terceiridade diz respeito à mediação ou processo, crescimento contínuo.
Generalidade, infinitude, continuidade, difusão, crescimento, inteligência.
É a camada da inteligibilidade, pensamento em signos, através da qual representamos e interpretamos o mundo.

Então, diante de qualquer fenômeno, a mente produz um signo, ou seja, um pensamento como mediação irrecusável entre nós e o fenômeno.
O homem só conhece o mundo porque o representa, e interpreta essa representação em outra representação.  Ou seja, para interpretar um signo, usa-se outro signo. Esse é o significado: traduzir um pensamento em outro pensamento.

Então, um signo é uma coisa que representa outra coisa: seu objeto. Ele só funciona como signo quando tem poder de representar. O signo não é o objeto, mas está no lugar dele.

O signo só pode representar seu objeto para um intérprete, e porque representa, produz na mente desse intérprete uma outra coisa, que esta relacionado ao objeto pela mediação do signo. Então esse processo relacional que se cria na mente do intérprete é o interpretante.

O signo possui o objeto imediato, que está dentro do signo, que diz respeito ao modo como o objeto dinâmico (aquilo que o signo substitui) está sendo representado no signo.

O interpretante imediato consiste naquilo que o signo está apto a produzir na mente do intérprete, mas nao o produziu ainda. Já o interpretante dinâmico é aquilo que ele realmente produz na mente do interpretante. Assim, a interpretação depende da potencialidade do signo em representar, que, por sua vez, depende da natureza do signo.

Fonte: SANTAELLA, LÚCIA. O que é semiótica. São Paulo: Brasiliense, 1985. (Versão digital).

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